O objetivo do projeto SICSE é desenvolver um sistema de baixo custo, que permita que pessoas com deficiências motoras severas possam se comunicar por meio de sua atividade cerebral.
Há inúmeras doenças neurológicas que podem afetar o sistema motor, podendo gerar graves deficiências motoras. Um exemplo de pessoas que sofrem desta patologia são os que sofrem de esclerose lateral amiotrófica (ELA). Estes pacientes têm suas funções cognitivas intactas, no entanto não podem realizar nenhum tipo de movimento. Em muitos casos, estes pacientes podem chegar a um estado conhecido como síndrome de encarceramento (locked-in síndrome, LIS), um estado em que a pessoa está alerta e acordada, mas não pode se mover nem se comunicar verbalmente, devido a uma completa paralisia de todos os músculos voluntários do corpo.Para estes casos, chegando, inclusive, ao extremo de ter o controle ocular limitado, a única forma com que os pacientes podem recuperar algum grau de autonomia é usando os sistemas agrupados sob a denominação Interface Cérebro-Computador (Brain–Computer Interface, BCI). O objetivo destes sistemas é proporcionar aos pacientes um novo canal não muscular que lhes permita se comunicar com o mundo exterior. Para isso, registra-se e processa a atividade elétrica do cérebro, a fim de controlar um teclado virtual.A grande maioria destes teclados é controlada por meio de potenciais evocados, que são uma resposta do cérebro diante da presença de determinados estímulos. Dentre estes potenciais, o mais usado para o controle de um teclado virtual é o P300 visual.O objetivo deste projeto está motivado pela inexistência de um sistema de comunicação baseado na detecção do potencial P300 de ser flexível, fácil de configurar, adaptável a cada usuário, além de ser compacto e de baixo custo. Com um aplicativo com estas características, pacientes com síndrome de encarceramento teriam à sua disposição uma ferramenta que lhes permitiria se comunicar e evitar o isolamento.